Mãe

Marilena F.Basso


Rosa desabrochada,
Pelo Todo-Poderoso
Colocada num jardim,
Para perfumar e enfeitar
Os galhos apenas verdes
Carregados de espinhos.

 


Mãe,
Fada-madrinha,
Que com sua varinha
Vai tentando fazer as mágicas
Que lhe são solicitadas.
Muitas vezes,
Atender um pedido é fácil,
Mas em algumas tentativas,
Até a própria fada entristece-se
Diante da sua impotência.

 


Mãe,
Guarda-noturno,
Em vigília varando turno,
Ao lado de um berço
Cantando uma cantiga de ninar,
Tendo que tristemente
Um remédio ministrar,
Amiúde em orações fervorosas,
Fica olhando para uma porta,
Esperando alguém retornar.

 


Mãe,
Amiga de todas as horas,
Confidente paciente,
Sábia conselheira,
Perita em perdoar,
Relações pública da família,
Arquiteta competente,
Capaz de construir
Em tempo recorde
Se preciso for,
Um castelo de amor.


Mãe,
Rainha...
Mesmo sem ser filha de rei.
Este título conquistou,
Em virtude de seu desempenho
Na tarefa mais sagrada
Que um dia lhe foi confiada.
Dos talentos que lhe foram concedidos,
Na hora da prestação de contas,
Com certeza sobrará
Juros e correção monetária,
Que serão depositados
No cofre sagrado.
E poderão ser penhorados
A favor de algum filho de Deus,
Que nesta caminhada humana
Por (des)ventura se perdeu...
 


Taquaritinga 01/05/04